domingo, 3 de agosto de 2008

Bom, Ruim, Assim Assim

Quer saber de uma coisa? Tudo pode ser bom, ruim e principalmente assim assim; Tudo ao mesmo tempo ou não, e não necessariamente nessa ordem; Bom é chegar na praia à tardinha, anuncio de por de Sol, a água de ondas mansinhas, jogar bola na espuma e sob o céu encaixar como se for a Tafaréu; É bom também quando começa a chover e as gotas fazem cócegas na superfície do mar, como se um cardume infinito prometesse matar a fome de todo o Vidigal, Rocinha, Cidade de Deus e Vigário Geral; Ruim é lembrar daquele amigo que de prancha na mão, morreu de um beijo roubado de um raio, da lembrança a correria; O medo... O medo... Medo é bom, ruim é o medo de ter medo! Bom voltar trocar chuva por chopp e passar atrás da pelada, a bola vai pra fora e como na crônica de Rubem Braga sobra pra você que mata no peito faz embaixadinha e devolve redondo... Num chute perfeito; Ruim é a fisgada na coxa sair mancando disfarçadamente; A vergonha de ta decadente não é ruim, ruim é o orgulho que se nega a reconhecer a decadência; É bom, a cidade estranha em que você nunca esteve e sabe que nunca mais vai voltar, e nesse lugar você tem uma obrigação sem graça que cumpre com estilo e precisão, traçando um dia perfeito no arco do tempo; Quando cai a noite é bom tomar um banho e sob o chuveiro é bom sentir saudade, ruim é não ter saudade, e como é bom sair sem direção pelas ruas da cidade, pensando no que você fez da sua vida e no que a vida fez em você; Bom é sonhar, realizar não é tão bom, mas ruim mesmo é não realizar; O fim de um grande amor é muito, muito ruim, um grande amor não tem fim; Bom é amar, ruim é amar; Bom é encarar a vida com fantasia; Quando um poeta desaparece é bom colocar chapéu de Bogar que tudo pode solucionar; Ruim é encontrar o precipício, morrer não deve ser tão ruim assim; E pode ser bom falar sobre bom e ruim, e pode ser pior assim assim... Bom!